Autor: Roberta Spindler
Gênero: Distopia, Ficção
Páginas: 272
Editora: Giz Editorial
Resenha em dupla - por Dany e Josy :D
Utopias são sociedades idealizadas com o que seria a "perfeição". Já uma distopia é o contrário. Uma sociedade em que algo não evoluiu da forma imaginada, ou acabou se desenvolvendo de forma totalitarista.
Atualmente existem diversas versões de universos distópicos sendo publicados. Roberta Spindler fez a dela neste livro.
O mundo que conhecemos acabou. Outro mundo se ergueu, unindo mega capitais, construindo arranha-céus monstruosamente altos. As fontes de energia passaram a ser cubos mega compactos que podiam durar anos. E esse mundo também acabou.
Uma névoa tóxica cobriu o planeta, e os mais espertos fugiram para os topos dos arranha-céus, onde tiveram de se adaptar a uma nova forma de viver, bem longe do chão. Cinquenta anos se passaram e a névoa continua densa e letal. No local onde acompanhamos a história, a mega cidade “ Rio – Aires”, passou a viver sob o comando de uma instituição chamada “ A Torre”.
Uma facção que organizou a nova vida dos humanos sobre o véu (a névoa) e passou a ser a “lei e a ordem”. Quem não queria se subjugar às ordens de Faysal, e depois de seu filho Emir, acabava tendo que morar mais perto da névoa, geralmente povoado por guetos violentos e perigosamente mais próximos aos sombras: criaturas surgidas após a névoa, predadores dos humanos.
Os sombras são um tipo de ex-humanos tão modificados pelo véu que se tornaram praticamente zumbis super fortes. Além dos sombras, diversos outros animais também foram modificados pela névoa e passam a atacar para matar. Essa é a primeira lição que aprendemos nesse caótico novo mundo: Qualquer coisa que venha da névoa ou que consiga viver nela é altamente perigoso.
O Contato com a névoa fez com que as pessoas sofressem mudanças genéticas repassando-as para seus filhos. Por conta disso, alguns humanos tem habilidades especiais como teleporte, agilidade sobrenatural (pular, saltar e fazer parkour), poderes parapsíquicos, etc.
Rebeca, ou melhor, Beca é nossa protagonista, uma meta humana praticante de parkour na modalidade mais radical que se possa imaginar. Ela salta entre os prédios do véu, trabalhando em equipe com seu pai e seu irmão Edu, coletando objetos nos prédios abandonados que ainda podem ser usados. Eles são “os entregadores”.
Outro personagem é o Rato — preferimos chamá-lo de Nikolai — (melhor personagem ever!!!), um informante do submundo. Ele troca informações, hackeia e descobre onde alguns objetos estão localizados. Tem uma queda não correspondida por Beca (porque ela é burra). Um cara altamente imperfeito, Rato possui um senso de justiça muito particular e mesmo assim, provou ter mais caráter do que muitos humanos que restaram sobre a névoa. Pronto, falamos. Simples assim.
Beca e sua equipe estão em uma missão quando um inusitado novo personagem surge e tenta roubar sua mercadoria. O que parecia ser mais um trabalho de rotina, dá inicio a uma série de reviravoltas que acaba envolvendo-os com o governo da Torre e sua luta contra os sombras.
A vida dos protagonistas vira de cabeça para baixo e tudo o que parecia ser concreto começa a derreter, escorrendo feito areia entre os dedos, permeado por muitas sequências de ação, adrenalina, perseguição e suspense. Sabe quando a vida resolve nos testar só para saber até onde somos capazes de ir? Então, A Torre Acima do Véu é bem isso.
Leitura fluída, rápida e intrigante o suficiente para devorar o livro até o fim.
E no final, o que achamos do livro?
Veredito, e que rufem os tambores!
Dany: Três Estrelas Baratais
- Esse livro poderia ter até 4 estrelas (ou baratinhas) mas o fato de não ficar claro como Buenos Aires e Rio de Janeiro se tornaram uma coisa só e como as pessoas conseguiam água, me deixaram com a pulga atrás da orelha.
- Senti falta de ilustrações ou mesmo mapas que indicassem como era feita a distribuição entre as torres da mega cidade e como as pessoas faziam para transitar entre uma torre e outra.
- Pequenos problemas de cacofonia e repetição excessiva de nomes ou termos, tornaram a leitura de alguns capítulos um pouco cansativa. Mas isso é porque sou chata, embora não empobreça a experiência de leitura do livro.
- Super indico a leitura dessa aventura distópica e torço para que a Roberta esteja maquinando uma continuação. Com o Nikolai de preferência.
Josy: Três Estrelas (ou Três Baratinhas? )
- Livro leve e divertido, você consegue ler e não sente o tempo passar. Rato é um personagem fabuloso e ricamente desenvolvido que só melhora com o decorrer da Trama. Eu espero muito que ele apareça caso exista um novo livro.
- Durante a leitura percebi algumas pontas soltas e isso peca um pouco na trama, dando uma sensação de que falta algo. Talvez a autora esclareça estes pontos em um próximo volume.
- Recomendado para todos que gostam de distopia, parkour e ficção em geral.
Essa foi a nossa primeira resenha feita em dupla aqui no blog! Duas Barateiras uniram forças para falar do mesmo livro, hahaha dessa vez deu certo e até chegamos num acordo razoável não acham?
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