Ciclo das Trevas - A Lança do Deserto

em 11 de fevereiro de 2016

Autor: Peter V. Brett
Gênero: Dark Fantasy, Ficção, Terror
Páginas: 736
Editora: DarkSide Books
No primeiro volume da saga Ciclo das Trevas, somos apresentados a história do protegido Arlen, e seus futuros companheiros: Leesha e Rojer. Você pode conferir a resenha do primeiro volume clicando AQUI. 
Esta resenha contém SPOILERS do primeiro livro da série!

Neste segundo volume, adentramos o universo de outro personagem que antes aparecia apenas pelo ponto de vista de Arlen. Ahmann asu Hoshkamin am'Jardir am'Kaji, o Sharum Ka soberano do Reino de Krasia.
O livro é dividido em três partes, a primeira se dedica exclusivamente a Jardir, desta vez conhecemos o seu povo e sua infância, como o costume os obriga a ainda crianças serem treinados como guerreiros mortais e enfrentar demônios. Também somos apresentados a realidade das mulheres de Krasia, e o modo como elas exercem o poder de forma discreta porém eficaz. Chegando a manipular toda a essência da estrutura do Reino.
De uma criança pobre e lutadora até chegar a ser o Sha Darma Ka, chamado pela profecia do livro da religião de seu povo como o Salvador. Jardir tem uma longa jornada pessoal e política. 
No ínicio da leitura, estranhei um pouco a mudança do foco do livro, e me perguntava quando voltaria aos personagens já conhecidos. Aos poucos no entanto, a história de Jardir foi me cativando, e francamente acho que é um dos meus personagens favoritos. A sua personalidade é a de uma pessoa que nunca desiste e embora nem todos a seu redor possuam fé, ele acredita piamente em tudo que faz e que como Salvador, deve e irá salvar a todos dos demônios. Nem que para isto ele tenha que dizimar alguns povos no seu caminho.
Além dele, outro personagem que volta com destaque é Renna, a garota que achei que nunca mais ia aparecer. Ela foi a primeria namorada de Arlen, e seus pais queriam casa-los. Quando Arlen fugiu, tudo mudou. Renna não se casou e agora está sob a ameaça de seu pai e num dilema de vida ou morte.
Ela é vista a partir da segunda parte do livro, quando o foco volta aos personagens. 
Leesha continua tentando proteger a Clareira do Lenhador, Rojer tentando ensinar seus dons musicais mas sem sucesso.
Arlen por sua vez, está como sempre se recusando a se misturar com as pessoas a sua volta, por conta de sua condição. Aos poucos ele acaba tendo que se confrontar com seu passado, e ele começa a voltar a ser o Arlen do livro passado: o garoto corajoso que queria ajudar o mundo. 
O Arlen em sua atitude de reclusão, fica uma figura meio antipática e muitos podem ter dificuldade em  gostar dele. Principalmente porque Jardir é bem carismático em comparação com a atual introversão de Arlen.

Outra coisa diferente neste livro, é que temos o ponto de vista de alguns Terráitas/Alagai, os mais poderosos começam a surgir e passam a espionar ambos os possíveis Salvadores: Arlen e Jardir.
O livro é interessante para quem já leu o primeiro volume, ele amplia ainda mais o universo e a cultura de Krasia é muito rica. A saga de Renna parece banal no começo, mas seu desfecho é muito emocionante e pode mudar todo o destino dos personagens principais.
O próximo livro da série de Peter V Brett, ainda sem previsão de nascimento pela DarkSide Books, é "The Daylight War". 
 Ahmann asu Hoshkamin am'Jardir am'Kaji, o Sha Darma Ka de Krasia. Ou só Jardir.

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