Gênero: Fantasia, Ficção
Páginas: 256
Editora: Lua de Papel
Harper Connelly ganha a vida de um jeito bem incomum: Ela é capaz de localizar o paradeiro de cadáveres e identificar a causa da morte. Com esse, hun... dom, Harper se tornou um tipo de detetive especializada em descobrir o paradeiro de pessoas mortas. E eu nem preciso dizer que neste livro, ela estará bem, bem encrencada.
E é neste cenário levemente absurdo que conhecemos outra protagonista da escritora Charlaine Harris, criadora da série "Morto até o anoitecer", que deu origem à série de tv "True Blood" pela HBO (quem não lembra da Sookie Stackhouse?).
A história começa com Harper mostrando seus talentos para uma turma de universitários de antropologia, num antigo cemitério de Memphis, no Tennesee. Ela foi convidada pelo professor do curso, Clyde Nunley para fazer uma demonstração de sua "paranormalidade." Durante todo o experimento, Clyde tenta encontrar uma falha na moça, o que não acontece. Até que, na cova mais afastada, surge algo realmente inusitado: há mais de um corpo enterrado lá e um deles é muito mais jovem. O corpo de uma garota de apenas onze anos. A mesma garota que Harper não conseguiu encontrar no ano anterior, em uma outra cidade a quilômetros dali.
E é a partir daqui que um quebra cabeças bastante intrincado vai embaralhando cada vez mais as peças: como o corpo da garotinha foi parar ali? E por que estava tão longe de casa? E por que tudo ali parecia ensaiado e montado para incriminar Harper?
E por falar em Harper, ela adquiriu esse "poder" depois de ter sido atingida por um raio, ainda na adolescência. Ela é uma protagonista inteligente e ágil, com características bem pontuais: uma perna que não é mais a mesma desde o raio, uma família que deixou de existir há muito tempo, mas que ainda a assombra de uma maneira ou de outra, sua mania de sair para correr sempre que se sente sufocada e sua confusão de sentimentos a respeito do seu "meio-irmão" que não é exatamente seu irmão e que eu demorei alguns bons capítulos para entender isso.
A autora não deixa claro a idade da protagonista, mas levando em conta as descrições ao longo do livro, dá para a Harper ter no máximo uns vinte e cinco anos. Ela vive viajando a trabalho junto com seu "meio-irmão" Tolliver. É ele quem conversa com os clientes, acerta os pagamentos, gerencia o ganhos. Ele é praticamente o empresário da Harper. O cara que lida com os vivos, já que a irmã lida melhor com os mortos.
Temos capítulos e capítulos de hipóteses, perguntas, entrevistas, gente esquisita entrando e saindo de cena até que o clima de investigação é totalmente quebrado numa resolução meio abrupta, o que me incomodou um pouco, mas não chega a impactar negativamente a leitura. Fora isso, a gente fica com vontade de descobrir se a Harper vai conseguir resolver sua pendência com o passado no próximo livro, e o que afinal, ela sente por Tolliver realmente.
O final não surpreende (eu já tinha sacado tudo antes da explicação) e as experiências sobrenaturais se resumem apenas ao dom da protagonista e a um elemento que ainda passeia no cemitério de Memphis e só. As coisas mais arrepiantes ficaram, como sempre, por conta da maldade humana.
Surpresa do Além se mostrou uma leitura bastante agradável para quem curte suspense e está afim de se distrair com uma história curta, mas com personagens interessantes. A fórmula do "todos nesta sala podem ser o culpado" é muito bem explorada e realmente nos deixa pensativos por um tempinho (mas não muito).
Vou ficando por aqui e...
Até a próxima!
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